Prática(s) de Arquitectura
Projecto, Investigação, Escrita
ciclo de lições

O colectivo de estudantes da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (FAUP), sob orientação científica do Prof. Doutor Manuel Mendes e organização da Associação de Estudantes e FAUP, apresenta o ciclo internacional de 14 lições, intitulada "Prática(s) de Arquitectura - Projecto, Investigação, Escrita", que decorrerá entre o final de Fevereiro e Junho de 2012, na FAUP. Esta acção é apoiada institucionalmente pela Reitoria da Universidade do Porto e pela Ordem dos Arquitectos (Secção Regional do Norte).

Presente a condição histórica de um lugar, de uma comunidade particular – o Porto – queremos tomar como referência a “aventura comum percorrida por três personagens” – Fernando Távora, Álvaro Siza, Eduardo Souto de Moura – e por um círculo variável de amigos. Uma experiência que partilhou, que partilha, o sonho de resgatar Portugal do seu isolamento e, ao mesmo tempo não renunciar à sua identidade histórica – projecção de uma prática da arquitetura que se libertou, que se liberta, das formas históricas, mas não do carácter profundo da sua cultura. Sinal e sedimento de uma identidade não linear, talvez sejam tão só a reunião de gestos de simplicidade de quem procura (procurou) processo e pauta para a elevação da cultura do lugar, para a transformação de uma paisagem – desassossegos da arte da casa-mãe, a Arquitectura.

Arquitectura que é afinal um modo de aprender a modificar a circunstância, criando nova circunstância – foi, tem sido, princípio e experiência, manifesto e espaço de uma cumplicidade mínima para (a)firmar um projecto para o ofício da arquitectura, estendido, transportado e traduzido, sem grande distância criativa mas com mágica convicção, como atmosfera festiva, como abraço instalador de prática de escola. Prática mansamente cultivada como escola hospitaleira e plural na evolução do “território da arquitectura”.

Assim, é objectivo contribuir para a promoção e valorização da instrução teórica e da conjectura crítica na argumentação do discurso crítico da composição: evolução da arquitectura enquanto encontro controverso entre prática disciplinar e experiência artística – criação, pensamento, conhecimento.

À mobilidade dos significados e à complexidade dos materiais que se oferecem à construção da arquitectura, de que forma servir criativamente o destino desta como expressão e projecção física da imaginação, como experimentação e experiência, como conhecimento e acontecimento, sem subverter a sua “coerência aventurosa” pela manipulação arbitrária e abusiva da complexidade dos materiais que a constroem?

Hoje, talvez seja instrutivo e operativo aceitar que projeto, investigação, pensamento são estações problemáticas na agitação do argumento e na manifestação de sentido da marca “Escola do Porto”.